Cânions Submarinos desempenham um importante papel nos ecossistemas marinhos ao provocar alterações locais na temperatura, salinidade, nutrientes, transporte de sedimentos e até mesmo poluentes no ambiente marinho. Marcos V. B. Silva e Tereza C. M. Araújo integrantes do inct AmbTropic II (GT2.1 - (Geodiversidade, Biodiversidade e Recursos Vivos da Plataforma Continental) publicaram nesta semana no periódico Frontiers in Marine Sciences (IF: 4.912) uma revisão sistemática sobre os cânions da América do Sul intitulado "The South American Advances in Submarine Canyons Studies and Their Link to the Ocean Decade"
Distribuição dos principais de cânions submarinos na América do Sul
ABSTRACT
Submarine canyons have a relevant role in marine ecosystems. They are responsible for oceanographic conditions such as variability of temperature and salinity, sediment transport, nutrients, and even pollutants amongst marine areas. Submarine canyon studies have been growing and reaching prominence due to their importance in the Blue Economy. Initiatives to promote sustainable development for the ocean have been discussed in the Ocean Decade. Although canyons studies are increasing, how can we integrate these with the Ocean Decade outcomes? Thus, we aim to demonstrate an overview of the advances of submarine canyons studies and their link to the Ocean Decade for South America. We analyzed 160 studies divided into spatiotemporal analysis and study approaches according to the Ocean Decade outcomes. We discuss these articles, building a timeline and argumentative topics considering the advances, and discuss gaps to predict the future of submarine canyons studies in the Ocean Decade and Blue Economy context.
O trabalho pode ser livremente acessado em: https://doi.org/10.3389/fmars.2021.764029
Entre os dias 8-12 de novembro ocorrerá a edição 2021 do Encontro Recifal Brasileiro (EReBra), totalmente online e gratuita. Um evento voltado para divulgação científica e conexão entre as diversas áreas relacionadas aos ambientes recifais, organizado por integrantes da UFF, UFRJ e da UFRN.
No dia 8/11, de 8 às 12:00, o evento será iniciado com uma mesa sobre “A dimensão humana na ciência sobre os recifes” com a participação de pesquisadores de diferentes universidades integrantes do INCT AmbTropic II, GT 1.2 Recifes e ecossistemas coralinos.
A proposta do simpósio é discutir as necessidades e perspectivas que a comunidade envolvida no estudo dos recifes têm para ampliar a sua atuação na incorporação do fator humano na sua atividade de pesquisa e assim, aprimorar a compreensão que se tem deste sistema que precisa em toda a sua complexidade.
1ª parte
1. Zelinda M.A.N. Leão - História da pesquisa científica sobre os recifes do Brasil
Dos primeiros cientistas que visitaram o Brasil no século 19, até a Década do Oceano, a pesquisa científica sobre os recifes de coral brasileiros produziu mais de 700 trabalhos os quais foram quali e quantitativamente analisados.
2. Tito Lotufo - Funções dos recifes nos ecossistemas humanos
Para além dos benefícios mais evidentes dos ambientes coralíneos, como o turismo e a pesca, estes sistemas estão fortemente conectados com outros ecossistemas e realizam funções que são essenciais para a humanidade. Serão brevemente discutidas as principais funções exercidas pelos recifes nos ecossistemas humanos, incluindo aquelas denominadas como serviços ecossistêmicos.
3. Rafael Magris - Estratégias de conservação dos ecossistemas recifais
Ecossistemas recifais encontram-se globalmente sob forte ameaça. Diante de um mundo de necessidades e impactos humanos crescentes, diversas estratégias têm sido utilizadas para a manutenção da funcionalidade destes ecossistemas, incluindo: (i) o planejamento e a implementação de áreas marinhas protegidas, (ii) a identificação e redução do risco de ameaça à espécies em declínio, (iii) o estabelecimento de programas de monitoramento, e (iv) a adoção de técnicas de recuperação recifal.
4. Marluce Custódio: Paisagens marinhas: recifes e patrimônio imaterial construído pelo turismo
A ideia da conversa é discutir a paisagem marinha como componente que conduz a proteção de recifes, não apenas pela sua importância ambiental, mas como parte da cultura de uma sociedade e ponto de visitação. Incrementado inclusive por inserção de arte, manutenção de elementos históricos como navios afundados, dentre outros. Discutiremos como a visualização da paisagem marítima pode criar percepção social, inclusive pelo turismo, e com isso garantir a proteção ambiental dos recifes que tem papel incontestável na garantia do meio ambiente ecologicamente equilibrado. Complementaremos com uma aproximação inicial, a paisagem marinha no contexto das comunidades tradicionais.
5. Beatrice Padovani Ferreira - Monitoramento participativo e a rede internacional de monitoramento de recifes
Nesta palestra será apresentada a iniciativa adaptação do monitoramento participativo utilizado no PELD TAMS, com base no ReefCheck, para a formação de uma rede com o INCT AmbTropic, com participação de comunidades costeiras e de pescadoras e pescadores. Também serão discutidos os resultados obtidos utilizando o protocolo Reef Check em unidades de conservação em recifes na costa brasileira.
2ª Parte
1.Marcelo Soares - Impactos nos recifes de corais e vulnerabilidade socioeconômica
Os impactos locais e globais em curso no Antropoceno estão alterando profundamente a biodiversidade marinha bem como os bens e serviços ambientais ofertados pelos recifes de corais. Dentre essas alterações profundas geradas pela simplificação e degradação dos recifes um dos aspectos negligenciados é o aumento da vulnerabilidade socioeconômica das quase 500 milhões de pessoas que dependem diretamente dos recifes. Nessa palestra esse tema será explorado mostrando como o aquecimento global, aumento do nível do mar, mudanças de fase nos recifes e outros aspectos ambientais estão interligados com impactos e o aumento da vulnerabilidade de comunidades humanas costeiras e insulares.
2. Maria Elisabeth de Araújo - Etnoconservação: academia, pescadores e resultados.
Estudos etnocientíficos foram iniciados por antropólogos na década de 30, tendo sido apropriados pela área biológica com conceitos e práticas diversas. A etnoconservação vem crescendo muito rapidamente entre ecólogos interessados em gestão e nos aspectos socioculturais da conservação da natureza. Cabe-nos perguntar: Os resultados das pesquisas fortalecem a interação entre a academia e a comunidade pesqueira em prol da conservação do ambiente, incluindo os povos nativos?
3. Priscila Lopes - Conhecimento ecológico local como mecanismo de detecção de impactos em ambientes recifais
O conhecimento ecológico local vem sendo demonstrado como uma ferramenta eficiente para preencher lacunas de conhecimento científico, apontar novas perguntas e soluções, e incluir comunidades humanas no espaço de gestão, em diversos ambientes, inclusive os recifais. Há ainda a possibilidade deste conhecimento representar uma maneira rápida e efetiva de acessar a magnitude de impactos ecológicos e sociais locais, sejam eles pontuais ou extensos. Por exemplo, à medida em que há aumento da imprevisibilidade climática, surgem novos impactos de ordem ecológica com consequências em sistemas sociais, como perda da produtividade pesqueira. A mesma ideia é válida para impactos mais pontuais, como episódios de derramamento de óleo. Aqui, discutirei como este tipo de conhecimento pode ser fundamental para anteciparmos tanto impactos causados por grandes mudanças como para desenharmos estratégias mitigatórias mais adequadas às necessidades locais em função de impactos recém-sofridos.
4. Luisa Viegas - Importância da divulgação científica para a preservação ambiental
A divulgação científica é uma ferramenta importantíssima para a propagação do conhecimento científico, e se faz cada vez mais presente como uma forma de combater as notícias falsas que se espalham no mundo virtual e promover a preservação ambiental. Nesta palestra, abordarei a importância da divulgação científica na sociedade moderna, bem como as diferentes formas de se fazer divulgação científica visando a proteção dos oceanos.
O programa completo do evento inclui plenárias ao vivo, apresentações de trabalhos e sessões interativas. Você pode conferir a programação detalhada acessando o link.
Atualizado: 27 de abr. de 2021
Devido a pandemia do COVID 19 o evento GEOHAB 2021 será realizado no formato virtual e incentiva a participação de estudantes. Esta é uma oportunidade para estudantes que estão trabalhando com GEOHABITATS apresentarem suas pesquisas. O inctAmbTropic tem participado das reuniões do GEOHAB desde 2011, através do GT 2.1, tendo inclusive hospedado o evento em Salvador, Bahia, no ano de 2015.
A fim de manter o espírito cooperativo do Geohab e especificamente mostrar os trabalhos desenvolvidos pelos estudantes, adotou-se o conceito de conferências “nodais” para o evento de maio de 2021. Três conferências “nodais” do Geohab ocorrerão: Américas, Europa e África, Ásia e o Pacífico.
A conferência nodal Geohab das Américas incluirá as Américas do Norte, Central e do Sul.
Data: 4 de maio de 2021
Time: 0900 to 1600 Atlantic Daylight Time (UTC -3)
Custo Estimado: zero
Número Estimado de Participantes: 50 to 100
Tema (não exclusivo): Geospatial assessments of anthropogenic impacts at the seafloor.
Como este evento estará focado na participação de estudantes, aqueles interessados deverão enviar suas manifestações de interesse (nome e e-mail do aluno e professor orientador) para um dos seguintes pesquisadores: Alex Bastos (alex.bastos@ufes.br), Helenice Vital (helenicevital2004@yahoo.com.br) e Tereza Araújo (tereza.araujo@ufpe.br) preferencialmente até o dia 17 de dezembro para que os organizadores tenham uma ideia do número e origem dos potenciais participantes.
Para maiores detalhes do evento fazer acessar o seguinte arquivo: