Atualizado: 21 de jul. de 2020
A linha de costa é uma região extremamente instável, sujeita a grandes mudanças em função de variações no padrão de ondas, no balanço de sedimentos, no nível do mar, ou como consequência de obras costeiras. Apesar dessas mudanças ocorrerem em diferentes escalas de tempo e espaço, estratégias simples de gestão para a ocupação da linha de costa, baseadas em estudos de longo prazo, podem minimizar prejuízos econômicos e ambientais.
É o que sugere o estudo Panorama da Erosão Costeira realizado sob os auspícios do Ministério do Meio Ambiente. Um grupo de pesquisadores do Instituto de Geociências da UFBA, alguns dos quais integrantes do inctAmbTropic, foram responsáveis pelo estudos dos litorais dos estados de Alagoas, Sergipe e Bahia. Segundo esse estudo, embora a tipologia de comportamento da linha de costa dominante nos três estados seja a de aparente “equilíbrio”, 26% do litoral alagoano (75 km), 50% do litoral sergipano (90 km) e quase 20% do litoral baiano (200 km) foram considerados como de elevada variabilidade e portanto instáveis, oferecendo assim um alto risco para ocupação humana – essas regiões estão principalmente associadas a desembocaduras de rios e canais de maré.
A recomendação é clara, nos trechos em que a linha de costa apresenta uma elevada variabilidade, a ocupação deve ser evitada, ou até mesmo proibida. Estas áreas são as mais instáveis e, na maior parte das vezes, é muito difícil prever o seu comportamento a longo prazo. Áreas como estas que ainda não estão ocupadas, poderiam ser destinadas à criação de unidades de conservação.
Nos trechos em aparente “equilíbrio”, onde o comportamento da linha de costa é mais previsível, o estabelecimento de faixas de recuo “non aedificandi” minimizaria em grande parte os problemas futuros de erosão. Embora essas áreas sejam mais estáveis, ainda assim, estão sujeitas a variações na posição da linha de costa decorrentes, por exemplo, de eventos extremos associados a tempestades.
Quer conferir a situação da sua praia? Acesse o trabalho completo no link.
Atualizado: 21 de jul. de 2020
Os corais que construíram os recifes e seu padrão de crescimento no litoral da Bahia não mudou muito desde o início da sua formação há 7 mil anos, sugerindo que as condições ambientais nesta região provavelmente permaneceram favoráveis para o desenvolvimento de recifes de coral durante esse período.
É o que mostra um estudo realizado por pesquisadores do Grupo de Pesquisa em Recifes de Corais e Mudanças Globais da UFBA. Eles analisaram material coletado dos recifes de Abrolhos, Itaparica e Guarajuba, todos na costa da Bahia. Nesses locais, existem grandes superfícies onde se encontram algas calcárias e corais antigos que datam de 7 mil anos atrás – perto da metade do período geológico conhecido como Holoceno, que se iniciou há cerca de 11,5 mil anos atrás.
Para contar a história do crescimento dos corais, foram feitas perfurações nessas superfícies dos recifes costeiros que chegaram a 13 metros de profundidade em Abrolhos, 11,5 m em Guarajuba e 9 m em Itaparica. A análise do material perfurado permitiu a reconstrução do padrão de crescimento dos recifes desde o seu início e a sua comparação com a composição dos recifes atuais. Esse tipo de estudo é chamado de litocronológico e junto com a análise da composição da estrutura recifal melhora a compreensão do quanto as mudanças no recife são uma resposta à natureza ou a fatores causados pelo ser humano.
Para saber mais sobre esse estudo acesse o artigo científico completo.
Créditos da foto | Tiago Albuquerque
Atualizado: 21 de jul. de 2020
A primeira larva de uma espécie rara de camarão fantasma Naushonia foi descrita a partir de amostras de plâncton retiradas do Arquipélago de Fernando de Noronha, por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco. Foi o primeiro registro de ocorrência do gênero nas ilhas oceânicas do Atlântico Equatorial. Existem muito poucos registros para adultos e larvas desse gênero em todo o mundo e essa pode ser uma nova espécie.
As espécies raras apresentam baixa abundância de espécies e baixa frequência de ocorrência, fatores que aumentam seu risco de extinção e, portanto, as regiões de maior ocorrência são amplamente reconhecidas como áreas prioritárias para conservação.
As ilhas oceânicas são consideradas oásis no meio de um oceano geralmente pobre em nutrientes e desempenham um papel importante, contribuindo para a dispersão e permanência desses organismos e de muitas outras espécies importantes.
Para saber mais sobre esse estudo acesse o artigo científico completo.